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Posts Tagged ‘verdade’

Uma grande parte dos textos creditados a escritores estrangeiros podem ser desmascarados quando a gente os pesquisa na língua original deles. E ajuda mais ainda quando você tem noções de Estilística e reconhece a forma de escrever de um autor.

Aconteceu algo assim estes dias com uma frase que em português se achava vários lugares citando-a como se fosse de um dramaturgo inglês e descobri que, em inglês, ela não era conectada ao sujeito. O fato de várias pessoas na Internet usarem não torna confiável afirmar o autor de alguma coisa. E infelizmente isso acontece muito aqui no nosso país.

Um dos textos mais famosos nesse caso é o tal do “Você Aprende”, que um monte de gente tem usado atribuindo a autoria a Shakespeare. Fizeram até vídeos dele, como este: http://www.youtube.com/watch?v=_jMV5qU9l6s . Pois vamos acabar com este mito! Bastava uma pesquisa mais apurada em inglês para encontrar. Há algumas diferenças de construção, mas é perceptível que trata-se da mesma coisa (e que, por sinal, ainda assim é uma bela lição de vida). A tradução fica assim:

“Depois de um tempo você aprende a sutil diferença entre segurar uma mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se e que companhia não quer sempre dizer segurança. E você começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E você começa a aceitar suas derrotas com sua cabeça erguida e seus olhos adiante, com a graça de mulher, não a tristeza de uma ciança. E você aprende a construir todas as estradas hoje porque o terreno de amanhã é demasiado incerto para planos, e futuros têm o hábito de cair no meio do vôo. Depois de um tempo você aprende que até mesmo a luz do sol queima se você a tiver demais, então você planta seu próprio jardim e enfeita sua própria alma ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que você realmente pode resistir, você realmente é forte, você realmente tem valor. E você aprende e você aprende. Com cada adeus, você aprende.”

(Veronica Shoffstall, escritora americana de auto-ajuda. Texto: “After a While”, também conhecido como “Comes the Dawn”, de 1971.)

Faz mais sentido agora, não?

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“Antes de você conseguir conhecer a verdade do outro, você tem que conhecer sua própria verdade. Antes de você poder ver claramente, você tem que abrir seus olhos. Sem se conhecer, você pode apenas responder/reagir. Ao se conhecer, você pode questionar, dando origem à conversação.

Vida é conversação entre um indivíduo e as circunstâncias nas quais ele se encontra. Aquela interação entre uma parte e o todo é a conversa entre uma criatura e o seu criador. Mas tal conversação não é possível se a criatura não presta atenção.

Discernimento (insight) espiritual surge naturalmente ao se viver a vida. Com os olhos abertos, você aprende sobre o que lhe cerca, e com esse conhecimento pode tomar decisões melhores. Isso se chama Compreensão. Ao tomar suas decisões e prestar atenção ao resultado dessas decisões, você aprende ainda mais sobre o seu meio. Esse refinamento constante de conhecimento é chamado de Sabedoria. É através dele que tocamos a barra do manto de Deus; é através da Compreensão e da Sabedoria que nos aproximamos do Divino.

Nada disto é possível sem primeiro nos voltarmos para dentro. O primeiro passo de qualquer jornada é saber onde você está começando. Você começa se questionando. Você começa explorando o labirinto de seu passado e jogando com os pedaços de quebra-cabeça de seu presente. Você começa ousando responder o enigma de sua existência com uma curiosidade e humildade sempre crescentes.

Por que curiosidade? O curioso aceita tanto o positivo quanto o negativo com igual zelo. Curiosidade significa interesse tanto na profundidade da terra quanto no alcance dos ventos, embora não julgue nenhum dos dois. Por que humildade? Humildade significa ser humano; estar disposto a honrar isso, o que é maior do que a si mesmo. A humildade é a posição de aprendizado.

Ainda assim, nada do que eu diga possa conceder qualquer uma dessas coisas a você. Nenhum chavão pode substituir ou satisfazer a exploração espiritual individual. Não posso fazer você se auto-conhecer. Não posso viver sua vida por você. Não posso fazer você ver aquilo que você escolhe não ver. Se você não ousar se voltar para dentro de si, não há ameaça que eu possa fazer para lhe persuadir. Pedir que você seja curioso e humilde é tão sem sentido quanto lhe pedir para se sentir bem quando está doente. Você tem que fazer tal escolha, e nenhuma influência externa pode fazer essa escolha por você.

Então, ao escrever esta curta instrução sobre como ser humano, eu provo minha própria falha (hybris). Eu penso que de alguma forma, ao relatar a você o que eu conheço de minha própria experiência, eu posso abrir seus olhos e fazer você ficar curioso. Eu não posso fazer com que você faça algo. Infelizmente, só posso realizar conversas vãs…

Mas se essa conversa fizer surgir um bom questionamento, será realmente vã?”

(Texto de John – original clicando AQUI – traduzido por mim.)

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