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Archive for dezembro \25\-03:00 2008

Faz tempo que venho acompanhando as notícias, mas só agora tive tempo para traduzir algo pra vocês se situarem um pouco, quem não estiver sabendo (abaixo dos textos vai uma galeria de fotos para clicar, retiradas dos grupos do Multiply):

As revoltas na Grécia são um sinal do que ainda está por vir?
Outros países deveriam tomar cuidado…

Por Mark Lex Eros – http://3ros.multiply.com , traduzido por mim.
Baseado no artigo de Nikolas Zirganos – www.independent.co.uk
19 de dezembro de 2008

Depois de atirar 4.600 latas de gás lacrimogêneo na semana passada, a polícia grega quase esgotou seu estoque. Enquanto procuram por suprimentos de emergência de Israel e da Alemanha, as bombas de petróleo e as pedras dos que protestam continuam chovendo, com novos estrondos do lado de fora do parlamento.

Reunindo jovens de vinte e poucos anos que lutam para sobreviver em meio ao desemprego em massa dessa faixa etária e estudantes que se esforçam em exames universitários altamente competitivos os quais podem acabar não os ajudando no ameaçador mercado de trabalho, os eventos da semana passada poderiam ser chamados de revoltas de primeiro rumor de crédito. Houve ataques solidários de pequena escala de Moscou a Copenhague, e economistas dizem que os pais com similares problemas de juventude altamente desempregada, tais como Espanha e Itália, deveriam se preparar para um desassossego.

Aparentemente, o gatilho para a violência grega foi o tiro que um policial deu em um garoto de 15 anos, Alexis Grigoropoulos. Um relato forense vazou aos jornais gregos, indicando que ele foi morto por um tiro direto e não um ricochete como o advogado do policial afirmou. Os primeiros que protestaram estavam nas ruas de Atenas logo uma hora e meia após a morte de Alexis, começando a semana mais traumática que a Grécia já teve há décadas. A destrutibilidade dos protestos diários, que deixou muitas lojas na área mais fervorosa de compras de Atenas em ruínas e causou um prejuízo estimado em 2 bilhões de euros, aturdiu a Grécia e deixou o mundo confuso. E não houve retirada ontem, quando a juventude irritada deu de ombros para a chuva torrencial e seguiu jogando pedras e bombas incendiárias contra a polícia, bloqueando as principais rodovias e ocupando uma estação privada de rádio.

Seus pais procuram no escuro por explicações. Tonia Katerini, cujo filho Michalis, de 17 anos de idade estava nas ruas no dia após o assassinato, enfatizou a normalidade dos que protestam. “Não são apenas 20 ou 30 pessoas, estamos falando aqui de mil jovens. Não são pessoas que vivem no escuro, são do tipo que você vê nos cafés. Os criminosos e drogados apareceram depois, para saquear as lojas. As crianças estavam muito bravas com o fato de o garoto ter sido morto; e eles queriam que a sociedade toda não dormisse em silêncio com isso, eles queriam que todos sentissem o mesmo medo que eles sentiram. E eles estavam também expressando sua raiva contra a sociedade, contra a religião do consumismo, contra a polarização da sociedade entre os poucos que têm tudo e os que muitos que não têm nada.”

Protestar tem sido há tempos um rito de passagem para a juventude urbana da Grécia. A queda da ditadura militar em 1974 é popularmente atribuída à insurreição dos estudantes; a verdade era mais complicada, mas essa é a versão que entrou para a mitologia estudantil, dando-lhes um sentido duradouro de seu potencial. Então ninguém ficou surpreso que a morte de Alexis há uma semana atrás trouxesse esses companheiros adolescentes às ruas. Mas por que os protestos eram tão comovidos e duradouros? “A morte desse jovem garoto foi um catalisador que trouxe todos os problemas da sociedade e da juventude que vêm se acumulando todos esses anos sem nenhuma solução” disse Nikos Mouzelis, professor emérito de sociologia na LSE. “Todo dia, os jovens deste país experimentam uma marginalização adicional.”

Embora as manchetes sobre o desemprego na Grécia falem em 7.4%, um pouco abaixo da média européia, a OECD estima que o desemprego entre as pessoas de 15 a 24 anos de idade é de 22%, embora alguns economistas digam que o número exato seria mais algo do tipo 30%.

“Por causa do desemprego, um quarto desses que estão abaixo dos 25 anos estão abaixo da linha de pobreza”, disse Petros Linardos, um economista do Instituto de Suporte os Sindicatos Gregos. “Essa porcentagem cresceu nos últimos 10 anos. Há um sentimento difundido de que não haja perspectivas. Esse é um período onde todos têm medo do futuro por causa da crise econômica. Há um sentimento geral de que as coisas estão ficando piores. E não há uma iniciativa real do governo.”

Para os jovens gregos, como Michalis Katerini, as perspectivas de emprego não são um mar de rosas, mas sem um diploma universitário elas seriam ainda piores, então ele e sua mãe estão fazendo sérios sacrifícios para fazê-lo avançar nos estudos. O ensino médio no Estado dele é tão inadequado que ele – como dezenas de milhares de outros pelo país – devem estudar três horas por noite, cinco noites por semana em uma escola abarrotada depois da escola regular, para ter a esperança de adquirir as notas altas necessárias para entrar no curso universitário de sua escolha. Sua mãe, cujo trabalho como arquiteta decaiu 20% ano passado, deve pagar 800 euros por mês para o cursinho do crucial último ano do ensino médio escolar.

Ele acredita que o governo do Primeiro Ministro Costas Karamanlis enfrentará mais turbulência se falhar em apreender essa realidade da última semana, e deixá-la passar como uma reação espontânea exagerada. “O governo tentou muito não relacionar o que aconteceu com os problemas dos jovens. O governo diz que um garoto morreu, que seus amigos estão irritados, que eles reagiram exageradamente e que os anarquistas vieram se unir ao jogo. Mas não é essa a realidade.”

Vicky Stamatiadou, uma professora de jardim de infância nos subúrbios do norte rico, com dois filhos adolescentes, concorda. “Até agora, nossa sociedade estava cheia de sujeira, mas com águas calmas; nada se movia, nada melhorava, todos os problemas da nossa sociedade continuavam sem solução por anos. Pessoas fingiam que tudo estava indo bem. Mas agora essa falsa imagem se quebrou e estamos encarando a realidade.”

As estatísticas gregas oficiais de desemprego na juventude não estão longe das taxas de outros países europeus com história de protesto de massa, tais como França, Itália e Espanha. Com a grafitagem “A Insurreição Próxima” pintada próxima ao consulado grego em Bordeaux esta semana, os sinais de aviso ao resto dos líderes do continente estão claros.

(Fonte: grupo Hellas/Greece do Multiply)

Novos estrondos começam na Grécia
18 de Dezembro de 2008

Novos estrondos romperam entre protestadores e a polícia na Grécia, em contínuo desassossego relacionado à morte de um adolescente pela polícia. Os participantes da passeata levaram a polícia da revolta para fora do parlamento, arremessando bombas de fogo. A polícia respondia com salvas de gás lacrimogênio. Doze dias depois do tiroteio policial, a raiva se unia ao descontentamento em outras partes da sociedade grega. Os protestadores queriam que o governo mudasse as políticas sociais e econômicas. Os controladores de tráfego aéreo foram o último setor de trabalhadores públicos a aderir à greve. Uma estimativa de 10 mil pessoas se uniram à passeata em Atenas na quinta-feira, que começou do lado de fora de uma universidade e marchou até o parlamento, em revolta pelo garoto de 15 anos que foi morto por um policial no dia 6 de dezembro. As faixas culpavam o governo, acusando-o de ter falhado com o povo grego. “Fora com o governo de sangue, pobreza e privatizações”, dizia um cartaz, segundo a Reuters. A nova violência surgiu na praça central, lugar do parlamento grego, com protestadores atirando bombas de petróleo no prédio e tentando queimar a principal árvore de Natal de Atenas. A árvore já tinha sido substituída uma vez depois de ser incendiada por tochas durante protestos prévios. Cerca de 70 pessoas foram feridas e cerca de 400 foram detidas durante os protestos. Centenas de lojas e bancos foram vandalizados e pilhados. O policial acusado de atirar em Alexandros Grigoropoulos, de 15 anos, foi acusado de assassinato.

Algumas pessoas foram pegas no protesto enquanto faziam compras. Enquanto isso, todos os vôos de e para o aeroporto de Atenas pararam por várias horas na quinta-feira, já que os controladores de tráfico aéreo protestavam contra as políticas do governo e exigiam aumento de salário. É parte de uma ação industrial organizada pelo sindicato de administração civil, a ADEDY. Na quarta-feira, os protestadores penduraram enormes faixas na Acrópole, o local antigo que domina Atenas, em uma chamada para a “resistência”. O primeiro-ministro conservador Costas Karamanlis rejeitou as chamadas para descer, apesar da crescente pressão pública. Mas, mais cedo desta semana, ele reconheceu alguns dos problemas que alimentaram a ira dos jovens. Em um discurso a colegas parlamentares na terça-feira, ele disse: “problemas há muito não resolvidos, tais como a falta de meritocracia, a corrupção na vida diária e um senso de injustiça social têm desapontado os jovens”.

(Trecho traduzido do grupo Hellas/Greece, postado por Nikos Deja Vu.)


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“Antes de você conseguir conhecer a verdade do outro, você tem que conhecer sua própria verdade. Antes de você poder ver claramente, você tem que abrir seus olhos. Sem se conhecer, você pode apenas responder/reagir. Ao se conhecer, você pode questionar, dando origem à conversação.

Vida é conversação entre um indivíduo e as circunstâncias nas quais ele se encontra. Aquela interação entre uma parte e o todo é a conversa entre uma criatura e o seu criador. Mas tal conversação não é possível se a criatura não presta atenção.

Discernimento (insight) espiritual surge naturalmente ao se viver a vida. Com os olhos abertos, você aprende sobre o que lhe cerca, e com esse conhecimento pode tomar decisões melhores. Isso se chama Compreensão. Ao tomar suas decisões e prestar atenção ao resultado dessas decisões, você aprende ainda mais sobre o seu meio. Esse refinamento constante de conhecimento é chamado de Sabedoria. É através dele que tocamos a barra do manto de Deus; é através da Compreensão e da Sabedoria que nos aproximamos do Divino.

Nada disto é possível sem primeiro nos voltarmos para dentro. O primeiro passo de qualquer jornada é saber onde você está começando. Você começa se questionando. Você começa explorando o labirinto de seu passado e jogando com os pedaços de quebra-cabeça de seu presente. Você começa ousando responder o enigma de sua existência com uma curiosidade e humildade sempre crescentes.

Por que curiosidade? O curioso aceita tanto o positivo quanto o negativo com igual zelo. Curiosidade significa interesse tanto na profundidade da terra quanto no alcance dos ventos, embora não julgue nenhum dos dois. Por que humildade? Humildade significa ser humano; estar disposto a honrar isso, o que é maior do que a si mesmo. A humildade é a posição de aprendizado.

Ainda assim, nada do que eu diga possa conceder qualquer uma dessas coisas a você. Nenhum chavão pode substituir ou satisfazer a exploração espiritual individual. Não posso fazer você se auto-conhecer. Não posso viver sua vida por você. Não posso fazer você ver aquilo que você escolhe não ver. Se você não ousar se voltar para dentro de si, não há ameaça que eu possa fazer para lhe persuadir. Pedir que você seja curioso e humilde é tão sem sentido quanto lhe pedir para se sentir bem quando está doente. Você tem que fazer tal escolha, e nenhuma influência externa pode fazer essa escolha por você.

Então, ao escrever esta curta instrução sobre como ser humano, eu provo minha própria falha (hybris). Eu penso que de alguma forma, ao relatar a você o que eu conheço de minha própria experiência, eu posso abrir seus olhos e fazer você ficar curioso. Eu não posso fazer com que você faça algo. Infelizmente, só posso realizar conversas vãs…

Mas se essa conversa fizer surgir um bom questionamento, será realmente vã?”

(Texto de John – original clicando AQUI – traduzido por mim.)

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“- 1. Você precisa melhorar sua escrita

Eu nunca li tanta coisa desanimadoramente ruim quanto na universidade. Não é tudo que é terrível, mas as coisas que são ruins são simplesmente atrozes. São prolixas, débeis, repetitivas, e cheias de jargões que não fazem sentido. Eu percebo que o jargão é exatamente a coisa com a qual você trabalha e que, como você precisa do seu jargão de assunto específico para fazer sentido, então você deve usá-lo. Mas há uma outra série inteira de asneiras acadêmicas gerais que você precisa cortar da sua escrita agora mesmo. Vá ler as dicas de escrita de Orwell e depois os elementos de estilo de Strunk e White, e então podemos conversar de novo. Dica: utilizar = usar, impedir = bloquear, empoderamento = asneira. Você precisa de muita prática em escrita clara, em boa prosa e em dizer o que você quer dizer. Blogar vai lhe ajudar a adquirir essa prática.

2. Algumas das suas idéias são bestas

Quanto mais cedo chamarem a atenção para suas idéias ruins, melhor. Blogar tem um retorno (feedback) quase imediato, e se você escrever um blog com tema específico, então seus colegas do mundo todo irão lê-lo (se não o fizerem, então você está fazendo alguma coisa errada). Isso significa que, quando você tem uma idéia ruim, você deveria ouvir falar dela rapidamente, para que você possa então reconsiderar. Quando você tem uma idéia boa, você ouvirá sobre ela; e quando você tem uma idéia incompleta, e algumas pessoas se intrometem contribuindo com sugestões, você terá uma idéia melhor-formada. Etcetera.

3. O propósito da universidade é expandir o conhecimento

Se você acredita que a razão para universitários publicarem é expandir o conhecimento, então expandi-lo além dos poucos dez ou cem de seus colegas que lêem os obscuros periódicos onde você publica deveria ser uma boa coisa. Suas idéias deveriam importar (se elas não importam, você deveria tentar vir com outras idéias melhores). Se elas importam, então mais pessoas deveriam saber sobre elas, e agora mesmo todas as suas idéias estão trancadas dentro das paredes dos periódicos, conferências acadêmicas e as quatro paredes da universidade. Liberte-as, e as boas idéias irão se espalhar, as pessoas irão construir em cima delas, e o conhecimento como um todo irá ser benéfico.

4. Blogar expande sua habilidade de leitura

Polinização cruzada de idéias contribui para um ecossistema intelectual mais saudável, e blogar significa que qualquer pessoa – não apenas aquelas do seu curso – ficará propensa a ler suas coisas. Isso inclui outros universitários, assim como o resto de nós (políticos, formadores de opinião, artistas, engenheiros, designers, escritores, pensadores, crianças, pais, e assim por diante). Qualquer pessoa pode ter um interesse em seu trabalho, dando idéias de como ele pode ser melhorado, ou refletindo em como os seus pensamentos podem melhorar a própria maneira de eles pensarem um assunto específico (talvez aparentemente não-relacionado). Ter mais leitores, dos mais variados backgrounds (experiências, conhecimentos), significa que suas idéias irão ter um impacto maior.

5. Blogar protege e promove suas idéias

Ao blogar uma nova idéia, você põe seu lance em jogo (cibernético), com datas e leituras para atestar sua afirmação. Quando você bloga, você publicou, significando que as pessoas sabem que você publicou, e mais tarde significando que uma audiência muito mais extensa – qualquer um com conexão à Internet – pode acessar suas idéias. O que nos leva ao próximo ponto.

6. Blogar dá reputação

Ao blogar, os links são moeda corrente: sua reputação é feita por quem te ‘linka’ e com que freqüência. Isso é uma construção interna, e um sistema de reputação mais-ou-menos democrático, já que é definido por interesses. Ao ter suas idéias online, o valor delas (refletido em quem é interessado nelas) se torna imediatamente aparente. O sistema de periódicos acadêmicos trabalha de forma similar, com referências a periódicos sendo a moeda corrente. Então você deveria se sentir bastante em casa (à vontade).

7. Linkar é melhor do que fazer notas de rodapé

‘Linkar’ é muito melhor que uma nota de rodapé. Ele permite a seus leitores visitar imediatamente o material que você usa como fonte (isso se ele também estiver online), então novamente é provável expandir conhecimento ao dar aos leitores acesso direto às idéias que dão suporte às suas idéias.

8. Periódicos e blogs podem (e devem) coexistir

Blogs e jornais (online) existem em uma relação simbiótica: blogueiros filtram e se referem a jornais, enviando tráfego a eles. Jornais agora blogam, e os blogueiros escrevem artigos de jornais. Há um senso geral de que blogar pode ser um pouco mais do que uma forma livre, um pouco menos refinada; enquanto artigos de jornais são mais rigorosos e finais. Algo similar deveria acontecer com blogs e periódicos. Se um universitário bloga, eles podem envolver e desenvolver uma série de idéias. Quando as idéias são mais claras e refinadas, elas podem ser transferidas a artigos de periódicos. Mas vamos pegar esses periódicos online e libertá-los também. E, falando nisso:

9. O que os periódicos têm feito por você ultimamente?

Os periódicos definem sua reputação, e não pagam nada. É igual blogar. Eles são exorbitantemente caros, têm termos de copyright abusivos e restritivos, e não estão disponíveis online ao público geral. Você não pode ‘linkar’ para eles, e normalmente você não pode nem encontrá-los. É diferente de blogar. Periódicos deveriam todos ser de acesso aberto e livre na Internet (como os jornais têm se tornado), e você deveria dizer a eles isso, e escolher publicar em periódicos de acesso aberto sempre que possível. É bom para seu conhecimento, e você está no ramo do conhecimento. Você deveria apoiar o que quer que seja bom para o conhecimento. -“

(Texto de Hugh McGuire – original clicando AQUI – traduzido por mim.)

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