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Posts Tagged ‘humildade’

A questão que mais aparece entre os artistas e empresários aspirantes é esta: “Como podemos perseguir nossos sonhos quando temos filhos, emprego, exigências e prazos? Como encontramos tempo, auto-disciplina e energia quando estamos lidando com toda essa coisa de vida real no mundo real?”

A Musa pode ser uma mestra/senhora durona. Mas ela tem um lado leve, se soubermos onde procurar.

Eis o que a deusa quer:

“Comprometa-se com a dor”

A Musa quer compromisso. Ela exige um contrato de longo termo. Ela quer que assinemos com sangue e nos penduremos nisso de agora até o fim. A Musa odeia coisas de momento, que só se fazem uma vez. Ela não irá tolerar guerreiros de fim-de-semana ou desistentes. Se estamos dentro, estaremos nessa por todo o tempo que durar.

A Musa gosta de ver movimento. Ela ajuda seus suplicantes a colocar a pedra para rolar e não deixá-la parar. Quando a deusa verifica como as coisas estão numa quinta-feira, ela não fica feliz de ver que a bola está na mesma linha de campo em que estava na terça-feira. Isso a deixa irritável.

Vá fundo e vá longe

A Musa exige profundidade. A superficialidade não funciona para ela. Se estivermos procurando por sua ajuda, não podemos ficar no rasinho da piscina. Quando trabalhamos, temos que dar duro e ir bem pro fundo.

A deusa quer foco. Concentração. Quando ela vê dispersão mental, ela perde a vontade, e fica querendo desligar o telefone. Passe o ferrolho na porta, procure banir toda a distração.

A Musa é uma deusa ciumenta. Ela exige nossa atenção completa. Sem competições. Sem outros concorrentes. E nós não podemos enganá-la ou traí-la. Ela enxerga através de nós.

O pecado do orgulho

Por ultimo, a Musa exige humildade. Lembre-se, para os deuses olimpianos, o delito mais abominável não era assassinato ou estupro ou mesmo traição. Era o orgulho.

Estas são exigências pesadas. Mas por que não deveriam ser? A contribuição da Musa são idéias, inspirações; ela é aquela que nos liga a nosso eu-interior mais verdadeiro e traz para fora o ouro que é nosso e nosso apenas para contribuir. Sem ela, não temos nada. Então ela joga pra valer, e exige que joguemos da mesma forma.

O lado leve da Musa

Mas há uma área onde a Musa dá uma folga, e é esta:

Ela não exige quantidades massivas de tempo.

Quando Steven Soderbergh pegou seu Oscar como Melhor Diretor, ele levantou a estatueta e disse: “Isto é para todo mundo que dedica pelo menos uma hora por dia perseguindo seus sonhos”.

Uma hora. A deusa pode viver com isso. Se pudermos lhe dar sessenta minutes de atenção concentrada profunda, sem distrações, sem dispersões, ela aceitará. Talvez não para sempre, mas por enquanto. Para começar.

E essas horas se somam. Sessenta minutos por dia, cinco dias por semana, cinquenta semanas por ano, equivalem a 250 horas. Meu típico dia de trabalho (mesmo quando no meu máximo) é apenas quatro horas. 250 horas equivalem a mais de sessenta dias de trabalho por ano. 12 semanas. Isso não é pouca coisa. É algo. É algo de verdade.

Frederic Raphael, o roteirista de “De Olhos Bem Fechados”, tem uma ótima definição de trabalho. Ele diz: “Trabalho é quando você tem páginas no final do dia que você não tinha no começo”. Isso funciona para todos nós – atores, empresários, todo mundo.

E funciona para a Musa também. Ela gosta de ver a pedra rolando, mesmo que só a possamos rolar por uma hora por dia.

[Obrigado ao Coyoteguy pela citação desta semana: “Lembre-se, a Musa favorece quem trabalha duro. Ela odeia divas.”(…)]

(por Steven Pressfield | 16 de setembro de 2009 | traduzido por mim Original CLICANDO AQUI.)

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“Antes de você conseguir conhecer a verdade do outro, você tem que conhecer sua própria verdade. Antes de você poder ver claramente, você tem que abrir seus olhos. Sem se conhecer, você pode apenas responder/reagir. Ao se conhecer, você pode questionar, dando origem à conversação.

Vida é conversação entre um indivíduo e as circunstâncias nas quais ele se encontra. Aquela interação entre uma parte e o todo é a conversa entre uma criatura e o seu criador. Mas tal conversação não é possível se a criatura não presta atenção.

Discernimento (insight) espiritual surge naturalmente ao se viver a vida. Com os olhos abertos, você aprende sobre o que lhe cerca, e com esse conhecimento pode tomar decisões melhores. Isso se chama Compreensão. Ao tomar suas decisões e prestar atenção ao resultado dessas decisões, você aprende ainda mais sobre o seu meio. Esse refinamento constante de conhecimento é chamado de Sabedoria. É através dele que tocamos a barra do manto de Deus; é através da Compreensão e da Sabedoria que nos aproximamos do Divino.

Nada disto é possível sem primeiro nos voltarmos para dentro. O primeiro passo de qualquer jornada é saber onde você está começando. Você começa se questionando. Você começa explorando o labirinto de seu passado e jogando com os pedaços de quebra-cabeça de seu presente. Você começa ousando responder o enigma de sua existência com uma curiosidade e humildade sempre crescentes.

Por que curiosidade? O curioso aceita tanto o positivo quanto o negativo com igual zelo. Curiosidade significa interesse tanto na profundidade da terra quanto no alcance dos ventos, embora não julgue nenhum dos dois. Por que humildade? Humildade significa ser humano; estar disposto a honrar isso, o que é maior do que a si mesmo. A humildade é a posição de aprendizado.

Ainda assim, nada do que eu diga possa conceder qualquer uma dessas coisas a você. Nenhum chavão pode substituir ou satisfazer a exploração espiritual individual. Não posso fazer você se auto-conhecer. Não posso viver sua vida por você. Não posso fazer você ver aquilo que você escolhe não ver. Se você não ousar se voltar para dentro de si, não há ameaça que eu possa fazer para lhe persuadir. Pedir que você seja curioso e humilde é tão sem sentido quanto lhe pedir para se sentir bem quando está doente. Você tem que fazer tal escolha, e nenhuma influência externa pode fazer essa escolha por você.

Então, ao escrever esta curta instrução sobre como ser humano, eu provo minha própria falha (hybris). Eu penso que de alguma forma, ao relatar a você o que eu conheço de minha própria experiência, eu posso abrir seus olhos e fazer você ficar curioso. Eu não posso fazer com que você faça algo. Infelizmente, só posso realizar conversas vãs…

Mas se essa conversa fizer surgir um bom questionamento, será realmente vã?”

(Texto de John – original clicando AQUI – traduzido por mim.)

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