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Posts Tagged ‘criação’

O planeta do Pequeno Príncipe era pequeno, mas tinha gravidade suficiente para lhe dar um lugar para ficar de pé.

Como você começa um projeto? Às vezes, os pensamentos na nossa cabeça são tão espalhados que não sabemos por onde começar. Eis um truque que o meu amigo Paul Abbott me ensinou:

Simplesmente comece.

Mesmo se você não sabe para onde está indo. Comece assim mesmo. Se for uma narrativa, uma pintura, uma ideia para um empreendimento de negócios… apenas mergulhe nisso.

Abra uma pasta no seu laptop. Dê um nome para ela.

Abra um arquivo nessa pasta. Dê um nome para ele.

Agora comece.

O universo se auto-organiza

Há algumas semanas atrás, eu escrevi uma postagem neste espaço sobre a natureza auto-organizadora do universo. É verdade. É uma lei.

Assim que você começa a trabalhar (e o trabalho rende), uma coisa incrível começa a acontecer. O trabalho gera seu próprio campo gravitacional.

É como poeira estelar se juntando. Uma partícula se forma, a qual puxa outra, que se torna um cisco, depois uma nódoa, depois uma esfera, uma bolha, um tijolo, um Volkswagen. Logo logo você terá uma orbe  legítima… uma esfera… um planeta miniatura, como aquele em que o Pequeno Príncipe vivia. Lembra do livro de Saint-Exupery? O planeta do príncipe era tão pequeno que ele percorria sua circunferência em dez passos.

Mas ele tinha gravidade. Sua massa exercia força centrípeta suficiente para evitar que o Pequeno Príncipe se perdesse no espaço.

A gravidade é nossa amiga

É assim que nosso trabalho funciona, uma vez que alcançamos a massa limiar mínima. Ela adere. Ela ganha coerência.

Ela nos dá um lugar onde ficarmos de pé.

Você está escrevendo uma narrativa. Você tem uma cena ali, um fragmento. Mas o trabalho está por todo o lugar; você não sabe que diabos é ou para onde vai. Mas agora, no estágio do planeta do Pequeno Príncipe, você realmente tem Alguma Coisa. Isso é melhor do que Nada. Nós podemos construir em cima desse Algo.

Ainda empacado? Comece outra partícula de poeira. Construa em cima dela até ter um segundo planeta. O que acontece então? Os planetas começam a se atrair um ao outro. Você agora tem uma massa. Você tem gravidade. Entre um fragmento de uma cena em um planeta e uma noção de um personagem no outro, uma carga elétrica se ativa. Repentinamente, você tem uma cena inteiramente nova envolvendo aquele personagem! Algo mais Algo resulta em Algo Mais.

Gravidade mais Intenção é igual a Força Cinética

A gravidade, como o hábito, pode ser um poderoso aliado porque ela leva inevitavelmente a outro fenômeno newtoniano: a força cinética.

O planeta do nosso Pequeno Príncipe, como descobrimos, possui não apenas massa, mas movimento. Ele está se movendo pelo espaço. Nossa energia, nossa intenção, nossa atenção estão dando força para ele. E agora?

Continue a se mover.

Não pare. Não fique fazendo segundas avaliações. Não olhe para trás. Tire coragem do quão longe você já veio. De uma partícula até uma bolha e até o seu próprio minúsculo planeta. Agora continue andando.

Não se preocupe, você não irá cair. Você tem a gravidade trabalhando por você.

(por Steven Pressfield | 4 de novembro de 2009 | traduzido por mim – Original CLICANDO AQUI.)

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A questão que mais aparece entre os artistas e empresários aspirantes é esta: “Como podemos perseguir nossos sonhos quando temos filhos, emprego, exigências e prazos? Como encontramos tempo, auto-disciplina e energia quando estamos lidando com toda essa coisa de vida real no mundo real?”

A Musa pode ser uma mestra/senhora durona. Mas ela tem um lado leve, se soubermos onde procurar.

Eis o que a deusa quer:

“Comprometa-se com a dor”

A Musa quer compromisso. Ela exige um contrato de longo termo. Ela quer que assinemos com sangue e nos penduremos nisso de agora até o fim. A Musa odeia coisas de momento, que só se fazem uma vez. Ela não irá tolerar guerreiros de fim-de-semana ou desistentes. Se estamos dentro, estaremos nessa por todo o tempo que durar.

A Musa gosta de ver movimento. Ela ajuda seus suplicantes a colocar a pedra para rolar e não deixá-la parar. Quando a deusa verifica como as coisas estão numa quinta-feira, ela não fica feliz de ver que a bola está na mesma linha de campo em que estava na terça-feira. Isso a deixa irritável.

Vá fundo e vá longe

A Musa exige profundidade. A superficialidade não funciona para ela. Se estivermos procurando por sua ajuda, não podemos ficar no rasinho da piscina. Quando trabalhamos, temos que dar duro e ir bem pro fundo.

A deusa quer foco. Concentração. Quando ela vê dispersão mental, ela perde a vontade, e fica querendo desligar o telefone. Passe o ferrolho na porta, procure banir toda a distração.

A Musa é uma deusa ciumenta. Ela exige nossa atenção completa. Sem competições. Sem outros concorrentes. E nós não podemos enganá-la ou traí-la. Ela enxerga através de nós.

O pecado do orgulho

Por ultimo, a Musa exige humildade. Lembre-se, para os deuses olimpianos, o delito mais abominável não era assassinato ou estupro ou mesmo traição. Era o orgulho.

Estas são exigências pesadas. Mas por que não deveriam ser? A contribuição da Musa são idéias, inspirações; ela é aquela que nos liga a nosso eu-interior mais verdadeiro e traz para fora o ouro que é nosso e nosso apenas para contribuir. Sem ela, não temos nada. Então ela joga pra valer, e exige que joguemos da mesma forma.

O lado leve da Musa

Mas há uma área onde a Musa dá uma folga, e é esta:

Ela não exige quantidades massivas de tempo.

Quando Steven Soderbergh pegou seu Oscar como Melhor Diretor, ele levantou a estatueta e disse: “Isto é para todo mundo que dedica pelo menos uma hora por dia perseguindo seus sonhos”.

Uma hora. A deusa pode viver com isso. Se pudermos lhe dar sessenta minutes de atenção concentrada profunda, sem distrações, sem dispersões, ela aceitará. Talvez não para sempre, mas por enquanto. Para começar.

E essas horas se somam. Sessenta minutos por dia, cinco dias por semana, cinquenta semanas por ano, equivalem a 250 horas. Meu típico dia de trabalho (mesmo quando no meu máximo) é apenas quatro horas. 250 horas equivalem a mais de sessenta dias de trabalho por ano. 12 semanas. Isso não é pouca coisa. É algo. É algo de verdade.

Frederic Raphael, o roteirista de “De Olhos Bem Fechados”, tem uma ótima definição de trabalho. Ele diz: “Trabalho é quando você tem páginas no final do dia que você não tinha no começo”. Isso funciona para todos nós – atores, empresários, todo mundo.

E funciona para a Musa também. Ela gosta de ver a pedra rolando, mesmo que só a possamos rolar por uma hora por dia.

[Obrigado ao Coyoteguy pela citação desta semana: “Lembre-se, a Musa favorece quem trabalha duro. Ela odeia divas.”(…)]

(por Steven Pressfield | 16 de setembro de 2009 | traduzido por mim Original CLICANDO AQUI.)

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“O medo é um metamorfo, ele não tem conceito de tamanho ou ocasião e não aprende com novos exemplos, uma vez é o suficiente para o medo ser compreendido. Depois disso, o medo sempre tem o exemplo original na mente e, quando uma nova situação surge que seja diferente da primeira mas que talvez tenha algum elemento em comum, o medo muda de forma para se adequar à ocasião.

Meu cachorro caiu na água quando era pequeno, ele ficou aterrorizado e eu tive que descobrir onde ele estava escondido depois de fugir desesperado quando chegou ao litoral e tive que confortá-lo até que ele parasse de tremer e chorar. Filhotinhos são como bebês, com resposta puramente emocionais a seu meio e respondendo como criancinhas. De qualquer forma, desde então o Cubo (que hoje é um imenso e pesado marshmallow de um Rottweiler) tem medo de água. Não importa que forma ou estado ela esteja: uma poça, um córrego, um fluxo de água pela estrada, qualquer coisa exceto beber água do seu baldinho.

Foi preciso várias e várias visitas a um córrego aqui perto até ele relaxar o suficiente para começar a brincar com ele e até colocar seus tornozelos na água. Foram várias caminhadas no campo arrastando-o pelos riachos para mantê-lo seguindo e mesmo agora ele ainda pára e choraminga e olha desesperadamente para algum outro lado.

Nós todos temos o senso comum no lugar, o instinto básico de sobrevivência, não meter a mão no fogo senão vai doer ou não comer aquela planta ali senão você morre, mas o medo em nós leva isso tudo a um passo adiante. Ele se torna um cão de guarda que não deixará você sair da sua própria casa porque você pode querer passar por cima dele (já viu o filme “Eu Robô”?), como se isso fosse para seu próprio bem, mas na verdade você preferiria mesmo era se enfiar numa caixa e jogar a chave fora.

O medo não tem senso de tamanho. Um pequeno medo é o mesmo que um grande medo, abra o portão só um pouquinho e ele todo virá correndo para fora. Um medo da morte se torna um medo de cachorros, aranhas, água, perder seu parceiro, ou qualquer que seja seu medo pessoal, e é preciso centenas ou milhares de exemplos de que algo está OK para apagar a concordância original de medo.

A coisa interessante também, observando meus dois cachorros, é que a mais nova também está aprendendo a ter medo de água. Ela aprendeu com o Cubo e, quando ele não vai para perto da água, ela também não vai.

Então eu me pergunto quantos medos foram passados para mim por meus pais sem eu sequer acessá-los ou decidir se eu os queria ou não, e me pergunto do que é que tenho medo e que não me serve mais? Que concordâncias feitas há muito tempo agora me detêm e impedem de ser quem eu sou?”

(Texto de Cliodhna – original clicando AQUI – traduzido por mim.)

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