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10 de espadas

Sei que você conhece pelo menos um. Sei que você provavelmente já foi um em algum momento, embora possa ser embaraçoso admitir. Ao menos uma e provavelmente muitas vezes mais você transformou um montículo em uma proverbial montanha. Seu(ua) rei(rainha) do drama! Tudo bem, sério. Eu tenho um lado que se inclina ao dramático. OK, talvez mais de um lado. Um flanco inteiro de meu ser talvez. Tanto que uma amiga minha, que também aprecia a quantia justa de drama borrifada por sua vida, irá me dizer “Oh! Meu! Deus! Você está sendo tão dramática!” Ao menos reconhecemos isso em nós mesmos e podemos rir disso quando cultivamos o bom humor. Esse fato nos torna decididamente não rainhas do drama. A verdadeira Rainha/Rei do Drama (“drama queen/king“) não aceita o fato de que ela/ele está sendo ridicularmente melodramático nem que eles têm noção de que estão constantemente criando situações que resultam em um drama exaustivo para eles e para os outros. Então minha amiga e eu estávamos conversando noite passada quando ela perguntou em voz alta: “Que carta do tarô representaria o drama?” Discutimos sobre a carta da lua e o lado dramático daquela carta e a questão fez ambas de nós parar, no meio da reflexão, e mentalmente dar um tiro na carta. A princípio, estávamos bastante confusas. Eu dizia que a combinação do Louco com a Lua me faria pensar em “drama”, mas eu não estava satisfeita com minha resposta. Nós continuamos a conversar e, de alguma forma, o 10 de Espadas foi mencionado e ela soltou uma interjeição: “Eis a carta do drama!”. Eu ri e disse: “Oh sim, com certeza!”. Conversamos mais sobre o assunto, aquela carta que grita “Lamentações é comigo meeeeeesmo!”

Recentemente minha filha de 12 anos de idade me perguntou que rótulos usávamos para as várias panelinhas do ensino médio. Claro que tínhamos aqueles a quem chamávamos de ‘os esportistas’. Ela disse que ‘esportistas são perenes’. (Sim, ela tem 12 anos com um vocabulário muito amplo.) Eu disse que chamávamos os “chapados” por um nome diferente, “aberrações”. Tínhamos os “nerds” que seria provavelmente os “geeks” ou algo assim hoje. Tínhamos um grupo que chamávamos de “laqueados” que é muito parecido com os “playboyzinhos” que gostam de fazer racha com seus carros e vestir jaquetas de couro e colocar gel no cabelo no estilo dos anos 50. Enquanto ela tentava achar equivalentes modernos para as categorias dos anos 70, ela perguntou: “Vocês tinham garotos/as Emo?”

“Não! Porque TODOS os adolescentes são EMO!”

Aposto que o seu incidente mais embaraçoso de “drama queen/king” foi quando você era um adolescente, certo?  E, se aconteceu depois, você provavelmente se sentiu como um adolescente atormentado de angústia. Sendo adultos, não estamos imunes ao nosso lado emo e iremos ocasionalmente exibir demonstrações emocionais distintamente auto-absortas e explosivas, especialmente quando embriagados. Tudo bem, eu te perdôo. Somos todos destinados a desenvolver ocasionalmente um melodrama sobre alguma coisa insignificante. Como aquela vez que eu tentei ficar pronta para o trabalho e o novo felino que eu tinha acabado de trazer para casa teve um espasmático frenesi de gato e escalou as cortinas do quarto e fez a vara da cortina cair e por alguma razão esse evento me deixou incapaz de trabalhar aquele dia. Ou aquela cena de véspera de Natal que eu tive com meu primeiro namorado no qual eu dramaticamente terminei com ele, dando-lhe um tapa no rosto no estilo de Joan Crawford, segurei as lágrimas até sair pela porta de casa e corri para a minha mãe, caindo em uma bagunça de berros e lágrimas em seu colo. Minha mãe estava com um namorado na época. Eu não percebi que estávamos à meia-luz, as luzes desligadas, só as luzes da árvore de natal acesas, e que havia taças de vinho na mesa de centro.

cartas do drama

Então, eu coloquei a questão para o meu tarô hoje. Que carta representa essa inclinação das pessoas a serem tão auto-focadas e famintas por atenção que criam um drama interpessoal? A primeira carta que puxei foi o Diabo. Hum… nunca realmente pensei sobre isso assim, mas não é verdade? Essa carta fala de TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), vícios, obsessões, atrações doentias e motivos ocultos bastante horrendos. É a carta hedonista, pura e simplesmente.

Sentindo-me com sorte, puxei outra carta. Seis de Copas? Que diachos? É apenas uma carta doce, caridosa, generosa… oh, mas espere, há crianças. Infantilidade. Aqueles que conheço que são viciados em drama também tendem a ser bastante imaturos e embora tenham amadurecido cronologicamente na época de suas vidas quando se esperava que fossem narcisistas, eles não passaram por aquilo emocionalmente maduros.

A próxima que puxei foi o Enforcado. Eu ri. Vamos falar do maior dos mártires! E olhe para a delícia que ele está obviamente recebendo de seu desconforto, ele está aproveitando o que muitas pessoas teriam grandes dores para evitar. Ele é um masoquista? Não, ele é uma vítima, mas não é completamente inocente. Alguns acreditam que ele é um ladrão, por causa das moedas que caem de seu bolso em algumas versões antigas do Enforcado. A posição precária e até tortuosa que ele encontra em si é provavelmente devida a seus próprios ganhos, a consequência de suas ações. E ele sorri. Como o gato que comeu o canário.

Certo, isto está ficando interessante. É possível encontrar aspectos de “cobiça dramática” em todas as cartas? Eu puxei outra. O Ás de Paus. Ha! Os temperamentos cintilam e depois se extinguem rapidamente com essa carta. É uma verdadeira explosão sobre algo pequeno, um fósforo que acende uma fogueira de palha a qual queima intensamente e depois se extingue em um momento. Isso faz você se lembrar de algum “drama queen/king” que você conheça? Hum rum… a mim faz também.

Mais uma. Puxei o Seis de Paus. Eu adoro o senso de humor do tarô. Essa carta é uma das cartas mais positivas do baralho, normalmente. Mas e a vaidade dela? Essa sua atitude de “olhe para mim!”. A procura pela aprovação e, principalmente, pela atenção dos outros, junto com a representação para as massas que é evidente nesta carta. Esta carta mostra alguém que procura por atenção, prospera na atenção, e não pode sequer dar uma volta pela casa sem atrair os olhares da multidão.

Então eu acho que entendi. As inclinações humanas, as falhas de personalidade, os aspectos irritantes de nós todos, podem ser encontrados através das cartas do tarô. É meramente uma questão de perspectiva quando você olha para qualquer carta. Você pode provavelmente encontrar o que você está procurando se olhar profundamente o suficiente, espichar a cabeça para um lado, entender o todo de uma carta, e não apenas o que você acha que ela significa.

(Texto de Ginny Hunt – original clicando AQUI – traduzido por mim.)

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